O Colecionador - John Fowles
- Mari
- 30 de mai. de 2018
- 3 min de leitura

"Sei o que algumas pessoas achariam,
elas achariam o meu comportamento peculiar.
- Frederick Clegg
vulgo Ferdinand,
vulgo Caliban,
vulgo o Colecionador."
Link de Compra: Amazon
Editora: Darkside
Ano de Edição: 2018
"O romance é narrado por dois personagens antagônicos: o sequestrador e sua vítima. Frederick e Miranda. Todos temos um pouco dos dois dentro de nós, concluímos ao final de suas páginas — quem consegue se desgrudar delas?" - Darkside

Depois de ter lido 3096 dias tive que fazer a releitura de O Colecionador. Muito me impressionou as semelhança nessas duas obras, isso que, o colecionador foi escrito em 1963 por John Fowles onde Natascha ainda não havia nascido, sem contar que é uma ficção.
O livro, que ficou décadas esgotado, hoje relançado pela Darkside, em uma edição impecável, contém uma introdução inédita no Brasil do Stephen King.
"Escrevo sob esse terrível silencio noturno como se me sentisse normal. Mas não me sinto. Estou tão enjoada, tão assustada, tão sozinha. A solidão é insuportável. Toda vez que a porta abre, quero sair correndo. Mas eu sei que agora devo guardar minhas tentativas de fuga. Ser mais esperta que ele.
Planejar.
Sobreviver."
A obra é dividida em quatro partes.
Na primeira: conhecemos o Frederick Clegg. Um homem solitário que perdeu os pais quando menino e passou a morar com seus tios e sua prima. Durante seu crescimento começou a colecionar borboletas por influência de um antigo professor e fotografar casais em seus momentos íntimos. Ele nos apresenta Miranda, seu amor platônico.
Frederick ganha na loteria e com o dinheiro compra uma casa grande, antiga e um pouco afastada. O que ele nos conta como brincadeira, acaba se tornando realidade; tudo muito bem pensado. Miranda é sequestrada. Ele acredita que pode fazer ela se apaixonar por ele nessas condições, comprando coisas que ela gosta e convivendo algumas horas por dia.
Pelas descrições que ele nos passa criamos antipatia imediata por ela, mesmo sabendo que ela não é a vilã da estória. Já por ele, sentimos pena, vemos os sentimentos por ele passados (aí já vemos o tanto que esse livro mexe com nosso psicológico). Posso afirmar que é muito estranha a sensação que ele nos faz sentir.
"Finalmente, depois de dez dias, aconteceu como as vezes ocorre com as borboletas. Quer dizer, você vai ao local onde poderia encontrar uma espécie rara mas não encontra nada, mas na próxima vez, quando não estiver procurando, vai encontrá-la pousada numa flor bem na sua frente, entregue a você de bandeja, como dizem por ai."
Na segunda parte: o relato é agora em forma de diário onde Miranda nos mostra o seu verdadeiro eu. Além de nos contar um pouco da sua vida antes do cativeiro, conta as sensações de estar ali dentro. Ela também nos apresenta GP, que não nos agrada também.
Por ser um diário, podemos dizer que é bem íntimo e ela escreve para poder "fugir" daquela situação, já que suas fugas reais, não são bem sucedidas.
"Não quer dizer que eu tenha esquecido como são as outras pessoas. Mas é como se as outras pessoas deixassem de ser reais. A única pessoa de verdade no meu mundo é Caliban.
Não da para entender. Simplesmente é assim."
Já as ultimas partes é sobre o desfecho da estória!
Uma leitura que flui muito bem, principalmente a primeira parte. Mexe sim com a gente, sem sobra de dúvidas e não tem como não recomendar. Achei a escrita do autor, ótima! Espero que gostem como eu gostei.
Depois de tudo isso e a relação que fiz com 3096 dias, posso dizer que a vida "imita" a arte!
Observação: Comprando o livro pelo link postado, vocês me ajudam com o crescimento do blog! :)
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